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Navio Shenzhen da BYD chega ao Brasil com 7 mil carros e vira o jogo

O mar está prestes a entregar uma verdadeira revolução sobre rodas. Um impressionante navio da BYD, batizado de Shenzhen, está a caminho do Brasil com um carregamento que promete sacudir o mercado nacional: são mais de 7 mil carros elétricos que desembarcarão em breve no porto de Itajaí (SC).

Esse movimento não é por acaso. A montadora chinesa tem agido com estratégia para abastecer o país antes da chegada de novas alíquotas de importação, que ameaçam encarecer os modelos eletrificados. O Brasil se tornou uma das peças-chave nos planos da BYD, e a chegada desse navio é apenas mais um capítulo dessa expansão agressiva.

Navio Shenzhen da BYD.
Foto: Divulgação

Um gigante dos mares

A embarcação que transporta esse verdadeiro comboio elétrico é um colosso marítimo. O Shenzhen tem dimensões de tirar o fôlego: são 219,9 metros de comprimento, 37,7 metros de largura e 12 conveses distribuídos como uma pequena cidade flutuante. Para efeito de comparação, seria como enfileirar cerca de 20 campos de futebol.

Entregue no dia 22 de abril de 2025, o Shenzhen é a quarta embarcação da frota marítima da BYD e já nasce como a maior de todas. Sua capacidade é de aproximadamente 9.200 veículos por viagem, embora nesta estreia traga “apenas” pouco mais de 7 mil.

Tecnologia a bordo: eficiência e sustentabilidade

A BYD não se destacou apenas pelo avanço no mercado de carros elétricos. No mar, a marca também investe em inovação. O Shenzhen é um navio do tipo roll-on/roll-off, ideal para transporte de automóveis, ônibus e até trens. O que o diferencia é o sistema de propulsão dual: ele pode operar tanto com combustível convencional quanto com Gás Natural Liquefeito (GNL), o que contribui para uma navegação mais limpa e eficiente.

A velocidade também é um destaque. A embarcação atinge até 18,5 nós, o que equivale a aproximadamente 34,3 km/h, desempenho notável considerando seu porte.

Frota BYD nos oceanos

O Shenzhen é parte de uma estratégia maior. A montadora já conta com três outros navios que fazem parte de sua logística global: o Explorer No.1, o Changzhou e o Hefei. Todos estão envolvidos na exportação de veículos entre a Ásia e outros continentes. Mas a marca não para por aí: outros dois navios estão em desenvolvimento. O Changsha, previsto para maio, e o Xi’an, que ainda não tem data oficial para iniciar as operações.

Esse investimento em infraestrutura naval mostra como a BYD está comprometida com sua liderança global no segmento de veículos eletrificados.

Vários carros da BYD que chegaram no Brasil através do Navio Shenzhen da BYD.
Foto: Divulgação

O motivo da pressa: tributação em alta

Toda essa movimentação da BYD não é apenas para impressionar. Existe um fator prático por trás da chegada antecipada de tantos carros ao Brasil: o aumento iminente das tarifas de importação.

O governo brasileiro anunciou no ano passado uma escalada gradual na tributação sobre os carros elétricos e híbridos. Para os modelos 100% elétricos (BEV), a alíquota subirá para 25% em julho de 2025 e atingirá 35% em julho de 2026. Os híbridos plug-in (PHEV) e os híbridos plenos (HEV) também verão aumentos progressivos, alcançando 35% nos próximos anos.

Portanto, trazer uma grande quantidade de carros antes desse aumento é uma jogada estratégica para manter os preços competitivos e evitar repasses ao consumidor final.

Impacto direto no mercado brasileiro

A chegada desse carregamento é um reforço significativo para o estoque nacional da BYD. Com mais de 7 mil veículos novos, a marca poderá atender melhor à crescente demanda por carros elétricos no país.

A estratégia pode garantir não apenas a presença da marca em mais cidades, mas também consolidar seu posicionamento entre os principais nomes da mobilidade elétrica. Atualmente, modelos como o Dolphin e o Yuan Plus já estão entre os elétricos mais vendidos do Brasil.

O Brasil como prioridade

O mercado brasileiro vem sendo cada vez mais valorizado pela BYD. Além da ofensiva naval, a empresa investe em fábricas locais, instalação de pontos de recarga e expande a rede de concessionárias.

Essa priorização se deve ao crescimento da demanda por carros sustentáveis e à necessidade de alternativas viáveis aos modelos movidos a combustíveis fósseis. O consumidor brasileiro está mais aberto à inovação, e a BYD está se posicionando para liderar essa transformação.

Um novo ritmo para a mobilidade

Com a chegada do Shenzhen, o fluxo de importação de carros elétricos entra em uma nova fase. O volume transportado e a frequência das viagens com navios próprios colocam a BYD em vantagem sobre concorrentes que ainda dependem de logística terceirizada.

O consumidor, por sua vez, pode se beneficiar com maior disponibilidade de modelos, menores prazos de entrega e preços mais estáveis – ao menos enquanto os estoques garantidos pela importadora durarem.

Navio Shenzhen da BYD com mais de 7 mil carros no Brasil.
Foto: Divulgação

Visão de futuro

A BYD demonstra com esse movimento não apenas força de mercado, mas também visão de futuro. A criação de uma frota própria, tecnologicamente avançada e ambientalmente mais limpa, mostra que a empresa não está apenas vendendo carros, mas construindo um ecossistema global de mobilidade sustentável.

O Brasil, ao que tudo indica, está no centro dessa transformação. E com o Shenzhen rompendo as ondas rumo ao Atlântico Sul, o próximo capítulo já está sendo escrito.

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