Todos os anos, marcas fabricantes de automóveis divulgam seus números de vendas globais, que são analisados por diferentes consultorias especializadas. No entanto, os resultados podem variar dependendo da metodologia adotada por cada empresa.

Um dos levantamentos mais respeitados é o da consultoria japonesa MarkLines, que tem parceria com a revista Autoesporte no Brasil. Fundada em 2001, a empresa tem sede em Tóquio e escritórios em EUA, China, Tailândia, Alemanha, Índia e México. Segundo a MarkLines, os maiores grupos automotivos em 2024, considerando apenas veículos leves, foram os seguintes (números em milhões de unidades vendidas):
- Toyota – 9,798
- Grupo Volkswagen – 8,529
- Hyundai-Kia – 6,629
- General Motors (GM) – 5,480
- Stellantis – 5,449
- Renault-Nissan-Mitsubishi – 5,205
- BYD – 4,512
- Ford – 4,097
- Honda – 3,814
- Grupo Geely – 3,331
- Suzuki – 3,099
- Grupo Chery – 2,883
- BMW – 2,273
- Mercedes-Benz – 2,133
- Changan – 2,071
- Tesla – 1,985
- Great Wall Motors (GWM) – 1,621
- Grupo Tata – 1,277
- Mazda – 1,211
Critérios de contagem podem influenciar os resultados
A MarkLines considera as informações fornecidas pelos próprios fabricantes. No entanto, há questionamentos sobre o que está incluído nesses números. Por exemplo, algumas marcas podem contar picapes, enquanto furgões de carga podem ser excluídos.
A Mercedes-Benz, por exemplo, informou oficialmente a venda de 1,983 milhão de automóveis e 406 mil furgões, totalizando cerca de 2,39 milhões de unidades. Se os furgões fossem contabilizados, a marca estaria à frente da BMW, que vendeu 2,273 milhões, mas que não produz veículos comerciais.
Já o site americano Clean Technica, especializado em veículos elétricos, trouxe um ranking diferente, possivelmente para destacar a ascensão da BYD, que não produz mais veículos exclusivamente a combustão. Seus números são:
- Toyota – 9,09
- Volkswagen – 4,93
- BYD – 3,80
- Honda – 3,74
- Ford – 3,69
- Hyundai – 3,69
- Nissan – 3,13
- Chevrolet – 3,03
- Kia – 2,91
- Mercedes-Benz – 2,18
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O critério adotado pelo Clean Technica não está claro, pois apresenta diferenças significativas em relação aos números da MarkLines. Além disso, a publicação parece ter desconsiderado conglomerados automotivos, apresentando marcas de forma individual, o que altera a ordem do ranking.
Marcas chinesas enfrentam desafios no Brasil
O mercado automotivo brasileiro segue em transformação, com a entrada e saída de novas fabricantes. Um dos casos recentes é o da Seres, que confirmou sua retirada do Brasil. Outra marca chinesa, a Neta, afirmou oficialmente que continuará no país, apesar das dificuldades enfrentadas pela matriz na China.
A Seres enfrentou problemas desde o início, com um plano de negócios fraco, falta de capital e pouca estrutura para atuar no mercado brasileiro. Já a Neta opera com uma única concessionária no Rio de Janeiro (RJ) e prevê uma segunda unidade em Brasília (DF), mas até o momento, apenas 19 unidades foram emplacadas.
O modelo de negócios baseado em lojas dentro de shoppings não tem se mostrado sustentável para marcas emergentes. Por outro lado, grandes fabricantes chinesas estão apostando forte no Brasil, investindo em infraestrutura e produção local:
- Great Wall Motors (GWM) adquiriu a fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP).
- BYD comprou as instalações da Ford em Camaçari (BA) e planeja iniciar a produção nacional em breve.
- GAC Motors demonstrou interesse na fábrica da Toyota em Indaiatuba (SP), que será desativada.
Com o imposto de importação subindo para 35% em 2026, marcas que não tiverem produção nacional terão dificuldades para competir no Brasil.
Grupo Chery reforça sua presença no país
O Grupo Chery foi pioneiro entre as marcas chinesas ao construir uma fábrica em Jacareí (SP). No entanto, a unidade foi fechada em 2022, quando a marca passou a operar sob o controle da Caoa Chery.

Agora, a Chery pretende retomar a produção local, desta vez com sua nova divisão Omoda & Jaecoo. A Caoa, que atualmente opera a marca no Brasil, cedeu parte do terreno da antiga fábrica para a retomada das atividades.
Os primeiros modelos da Omoda & Jaecoo no Brasil serão:
- Omoda 5 – SUV cupê elétrico, já disponível no mercado.
- Jaecoo 7 – SUV híbrido plug-in, que chegará futuramente.
Com a consolidação das marcas chinesas no Brasil, é provável que a competição no mercado automotivo se intensifique nos próximos anos, especialmente no segmento de elétricos e híbridos.
