O que parecia um ponto final no reinado do V8 ganhou uma reviravolta surpreendente. A Dodge, conhecida por seus carros musculosos e de personalidade agressiva, decidiu voltar atrás em uma das escolhas mais controversas de sua história recente: o abandono dos potentes motores V8.
A decisão de deixar o V8 de lado foi motivada pelo avanço dos veículos elétricos, que dominaram os planos futuros de diversas montadoras. No entanto, a realidade do mercado falou mais alto. As vendas caíram, os fãs se revoltaram e os concorrentes tomaram espaço. Resultado? A combustão não morreu — e a Dodge resolveu acelerar novamente com o rugido dos oito cilindros.

Combustão ganha fôlego novamente
O cenário automotivo global tem mostrado que, embora os elétricos estejam cada vez mais avançados, o motor a combustão ainda tem seu lugar garantido por muitos anos. Marcas que antes apostavam todas as suas fichas na eletrificação começaram a rever estratégias.
Na Alemanha, por exemplo, fabricantes como Porsche e Mercedes retomaram o desenvolvimento de motores a combustão de alto desempenho. Já no Japão, a maioria das marcas segue cautelosa, sem migrar totalmente para os elétricos e mantendo linhas com motores convencionais.
Esse movimento reflete a percepção de que a eletrificação completa do setor ainda enfrentará vários obstáculos, como infraestrutura limitada, altos custos de produção e resistência de parte do público.
O retorno do HEMI V8
A Dodge vai relançar o icônico motor V8 HEMI, símbolo de força e desempenho. A produção será retomada a partir de agosto, com foco tanto nos modelos da marca quanto nas picapes RAM, que também fazem parte do portfólio da Stellantis.
Essa decisão é uma resposta direta ao impacto negativo causado pela ausência do V8 nas últimas gerações de veículos. A tentativa de reposicionar a marca em um caminho mais ecológico não agradou ao público fiel, que sempre enxergou na Dodge uma expressão máxima da brutalidade automotiva.
A perda de mercado para concorrentes como GM e Ford deixou claro que abandonar completamente a combustão foi um erro estratégico — pelo menos por enquanto.
Voz do consumidor falou mais alto
O público teve papel essencial nessa mudança. Nas redes sociais e nos fóruns especializados, entusiastas reclamaram do sumiço do V8 e pediram, com insistência, a volta dos modelos com motor HEMI. A marca percebeu que sua identidade estava ameaçada e resolveu agir antes que fosse tarde demais.
Afinal, o som de um V8 em plena aceleração é mais do que uma característica técnica — é uma assinatura da Dodge. E, para muitos apaixonados por carros, trocar isso por um motor elétrico silencioso significava perder a alma dos muscle cars.
Mudança no clima automotivo
Embora os veículos elétricos sejam cada vez mais promovidos como o futuro da mobilidade, ainda existe uma lacuna entre o desejo das montadoras e a aceitação total do mercado. A promessa de emissões zero e alta eficiência não é suficiente para todos.
Além da resistência cultural, a falta de infraestrutura de recarga, especialmente em regiões fora dos grandes centros urbanos, dificulta a adoção em massa dos elétricos. Isso sem contar o alto custo inicial, que ainda afasta muitos consumidores.
Diante desse cenário, empresas que haviam encerrado a produção de motores tradicionais agora enxergam oportunidade de voltar a competir com força, apostando em linhas mistas — com combustão e eletrificação coexistindo.
Dodge se reposiciona sem abandonar o futuro
É importante destacar que a volta do V8 não significa um abandono completo da eletrificação. A Stellantis, grupo ao qual a Dodge pertence, continua investindo em soluções elétricas e híbridas. Porém, agora, a marca americana pretende atuar nos dois lados: preservando a identidade de performance e emoção dos motores a combustão, enquanto desenvolve novas opções sustentáveis.
Essa estratégia mais equilibrada pode ser a chave para reconquistar consumidores tradicionais e, ao mesmo tempo, preparar o terreno para uma transição energética mais suave e eficiente.
Um novo capítulo para os muscle cars
Com o retorno do V8, a Dodge reacende a chama dos verdadeiros muscle cars. O mercado agradece, os fãs vibram e a indústria automotiva, mais uma vez, mostra que nem tudo caminha em linha reta. Às vezes, para seguir em frente, é preciso dar alguns passos para trás — ou melhor, para dentro do passado glorioso dos motores HEMI.
Agora, resta aguardar agosto para ouvir novamente o som grave que marcou gerações de apaixonados por velocidade. E para quem acreditava que o V8 tinha morrido, a resposta da Dodge veio com o ronco inconfundível de um clássico que se recusa a ser esquecido.
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Um jovem que está iniciando sua vida no mundo automobilístico, carregando uma enorme paixão sobre o assunto. Se formou no Ensino Médio em 2023 e pretende se ingressar em uma faculdade. Um jovem que nos tempos vagos, se interessa em fazer atividades familiares.