A Fiat Mobi e o Renault Kwid são amplamente reconhecidos como os carros mais acessíveis do Brasil. Com preços aproximados de R$ 75.000 atualmente, ambos fazem parte de um segmento de veículos de entrada, destinados a quem busca um modelo econômico, mas que não abre mão de alguns recursos e do conforto básico. No entanto, além do preço de venda, outra variável importante na compra de um carro é o seu valor de depreciação. Ou seja, quanto um veículo perde de valor ao longo do tempo, o que influencia diretamente no custo total de propriedade e no retorno financeiro caso o proprietário deseje revender o automóvel no futuro.
Recentemente, um levantamento realizado pela Mobiauto, plataforma especializada em dados do mercado automotivo, analisou o comportamento de desvalorização de modelos seminovos do Fiat Mobi e do Renault Kwid ao longo de um período de 12 meses. O estudo considerou carros do ano-modelo 2023, comparando os preços de novembro de 2023 com os valores observados no mesmo mês de 2024, oferecendo uma visão atualizada e detalhada sobre como esses dois modelos se comportam em termos de desvalorização.
Desvalorização do Fiat Mobi
O Fiat Mobi, um dos modelos de entrada mais populares do Brasil, teve uma desvalorização média de 9,5% no período analisado. Isso significa que, em média, um Mobi seminovo perdeu cerca de 9,5% do seu valor após um ano de uso. A versão mais acessível, a Mobi Like, foi responsável por essa desvalorização mais expressiva, com uma queda de preço de R$ 57.699 para R$ 52.310, o que representa uma desvalorização de 9,34%.
Já a versão mais equipada e aventureira, o Mobi Trekking, teve uma desvalorização bem mais modesta. Com uma perda de valor de apenas 2,73%, o preço do modelo caiu de R$ 66.519 para R$ 64.701. Isso indica que, apesar de ser uma versão mais cara, a configuração Trekking apresenta uma desvalorização mais controlada, o que pode ser um atrativo para quem busca maior resistência e estilo sem perder muito em termos de valor no mercado de seminovos.
Desvalorização do Renault Kwid
O Renault Kwid, por sua vez, apresentou uma desvalorização média de 7,7% no mesmo período. Apesar de o valor total de desvalorização ser um pouco inferior ao do Fiat Mobi, o comportamento das diferentes versões do Kwid variou consideravelmente. A versão elétrica, o Kwid E-Tech, foi a que apresentou a maior queda de preço, com uma desvalorização de 12,7%. O preço do modelo caiu de R$ 108.321 para R$ 94.562, o que pode ser um reflexo da oferta limitada de carros elétricos no Brasil, que ainda não alcançaram uma alta demanda popular, além de fatores como incentivos governamentais e a infraestrutura de recarga que ainda está em desenvolvimento no país.
Por outro lado, as versões a combustão do Kwid, com motorização 1.0 flex, tiveram desvalorizações mais moderadas. O modelo Kwid Zen, por exemplo, apresentou uma desvalorização de 3,76%, com o preço caindo de R$ 57.304 para R$ 55.150. O Kwid Outsider, uma versão com um apelo mais aventureiro, teve uma queda de 3,58%, saindo de R$ 64.794 para R$ 62.477. Já a versão intermediária Kwid Intense teve uma desvalorização de 5,55%, com o valor caindo de R$ 61.444 para R$ 58.036, tornando-se a configuração que mais perdeu valor entre as versões a combustão.
Como a Desvalorização Impacta os Donos de Carros
A desvalorização de um carro é um fator crucial para os consumidores, especialmente para aqueles que planejam trocar de veículo ou revender o automóvel dentro de alguns anos. Embora carros como o Mobi e o Kwid sejam conhecidos por sua economia de combustível e baixo custo inicial, é importante que os proprietários também considerem a taxa de depreciação desses modelos ao tomarem suas decisões de compra. Isso porque, no caso de revenda, um carro que desvaloriza mais rapidamente pode resultar em um prejuízo maior ao proprietário no momento de troca ou venda.
No caso do Fiat Mobi, a versão de entrada, o Like, teve a maior perda de valor, mas isso não é uma surpresa, visto que carros mais baratos tendem a sofrer mais com a depreciação. Esses modelos, geralmente, têm um preço de venda mais acessível, mas o mercado de seminovos tende a oferecer preços ainda mais baixos conforme o carro envelhece. A versão Trekking, por ser mais cara e possuir características mais robustas, como um design diferenciado e mais itens de série, tende a manter melhor o seu valor, o que a torna uma opção interessante para quem procura um modelo de entrada com mais apelo visual e funcional.
O Renault Kwid, por sua vez, apresentou um comportamento de desvalorização interessante. A versão elétrica, embora tenha uma desvalorização mais alta, ainda reflete um mercado em evolução para carros elétricos no Brasil. Isso se deve, entre outros fatores, à falta de uma infraestrutura mais robusta para recarga e ao custo mais elevado dos modelos elétricos, que ainda são um nicho. No entanto, os modelos com motorização 1.0 flex, como o Kwid Zen e o Kwid Outsider, apresentaram uma desvalorização bem controlada, o que pode ser um atrativo para quem busca um carro econômico e com boa manutenção de valor no mercado de seminovos.
Comparação entre as Desvalorizações
É interessante observar que, embora o Kwid E-Tech tenha mostrado a maior desvalorização absoluta, a versão elétrica do Kwid está inserida em um contexto mais complexo e específico. O mercado de carros elétricos no Brasil ainda está em amadurecimento, e, por enquanto, eles não têm a mesma liquidez e popularidade dos modelos tradicionais. Por isso, um preço mais alto, aliado a uma maior desvalorização, pode ser esperado nesse segmento. A realidade do mercado para carros a combustão, como o Mobi e o Kwid 1.0, é bem diferente, com uma maior base de consumidores e uma desvalorização mais estável, mas ainda relevante.
Para quem deseja adquirir um desses modelos, a diferença nas taxas de depreciação pode ser um fator importante na decisão. O Fiat Mobi e o Renault Kwid continuam sendo escolhas acessíveis, mas as versões mais caras de ambos os modelos demonstram melhor retenção de valor, o que pode ser um bom argumento para quem pensa em revender o carro em um futuro próximo.
Um jovem que está iniciando sua vida no mundo automobilístico, carregando uma enorme paixão sobre o assunto. Se formou no Ensino Médio em 2023 e pretende se ingressar em uma faculdade. Um jovem que nos tempos vagos, se interessa em fazer atividades familiares.