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O Citroën Basalt Surpreende ou Decepciona?

O Citroën Basalt 1.0 Feel MT vem chamando a atenção por ser o SUV cupê mais econômico do país, mesmo que seu desempenho não seja dos mais rápidos. Em um cenário onde o preço é um dos principais atrativos, este modelo se destaca pelo custo acessível – atualmente em torno de R$ 91.990 –, aliado a um espaço interno generoso e uma lista de equipamentos que agrada o público que valoriza economia e praticidade no dia a dia. Nesta análise completa, vamos explorar os pontos fortes e as limitações deste SUV, demonstrando se ele realmente vale a pena para quem não tem pressa, mas busca economia sem abrir mão de conforto e funcionalidade.

Citroën Basalt 1.0 Feel MT azul em velocidade.
Foto: Divulgação/Citroën

Primeiras Impressões e Contexto de Mercado

Ao se deparar com o Basalt Feel MT, a primeira reação pode não ser de entusiasmo. A versão de entrada, equipada com o modesto motor 1.0 Firefly aspirado – o mesmo utilizado no Fiat Mobi – pode parecer insuficiente para alguns críticos. No entanto, o grande diferencial está no preço e no custo-benefício, tornando-o o SUV mais barato do Brasil. Essa configuração representa a escolha de aproximadamente 12% dos clientes que optam pela linha Basalt, sendo direcionada a quem busca um veículo econômico e prático para o uso urbano.

Apesar do design compacto, com 4,34 metros de comprimento, o modelo surpreende pela amplitude interna. Os 2,64 metros de entre-eixos garantem um espaço considerável para os ocupantes, proporcionando conforto mesmo para os passageiros traseiros. Embora o caimento do teto característico dos cupês possa limitar um pouco a área para a cabeça de alguns, a generosidade do espaço para as pernas compensa essa pequena limitação, permitindo que pessoas de diferentes estaturas encontrem conforto no Basalt.

Espaço e Versatilidade

Um dos pontos mais elogiados no Basalt é o porta-malas. Com uma capacidade de 490 litros, ele supera a média do segmento, oferecendo um espaço amplo e prático para bagagens, compras e outros itens do dia a dia. Esse detalhe se torna fundamental para famílias e profissionais que dependem de um veículo com boa capacidade de carga, mesmo sendo um SUV cupê. A abertura ampla do compartimento também facilita o carregamento, tornando a experiência do usuário ainda mais satisfatória.

Além do espaço interno, o Basalt apresenta um design que, embora simples, cumpre bem sua função para o público-alvo. As laterais do veículo contam com molduras plásticas que, mesmo discretas, ajudam a definir a silhueta do carro, enquanto as maçanetas pintadas na cor da carroceria e os retrovisores com luzes indicadoras dão um toque moderno ao conjunto. O teto, apesar de baixo, tem um caimento bem executado, conferindo ao veículo uma aparência harmônica e bem planejada, especialmente se comparado a outros concorrentes do segmento.

Desempenho Modesto para o Uso Diário

No quesito performance, o Basalt Feel MT não foi projetado para entusiastas da velocidade. Com um motor 1.0 Firefly aspirado flex, o veículo entrega 71 cv de potência e 10 kgfm de torque com gasolina – ou 75 cv e 10,7 kgfm com etanol –, números bem abaixo das versões turbinadas que alcançam até 130 cv e 20,4 kgfm de torque. Essa modéstia se reflete em uma aceleração de 0 a 100 km/h que leva 16,9 segundos, tornando-o o carro zero-quilômetro mais lento do mercado brasileiro.

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Citroën Basalt 1.0 Feel MT azul paradao na diagonal.
Foto: Divulgação/Citroën

Apesar disso, o Basalt se comporta de maneira satisfatória no trânsito urbano. Seu motor, embora fraco em baixas rotações, é suficiente para arrancadas rápidas em paradas e para lidar com a rotina pesada do trânsito. A transmissão manual de cinco marchas apresenta uma primeira marcha muito curta – ideal para arrancadas ágeis – mas a troca entre as marchas exige precisão. Em baixas rotações, a passagem da primeira para a segunda pode causar uma queda abrupta na performance, exigindo do condutor atenção para engatar no momento certo. O painel com indicador de rotações auxilia, mas a experiência de uso do câmbio ainda deixa a desejar para os mais exigentes.

Na estrada, o cenário não melhora muito. A segunda marcha se esgota rapidamente e a terceira também é curta, fazendo com que o motorista precise manter o motor em rotações elevadas para atingir a velocidade desejada. Durante uma prova de retomada, por exemplo, o Basalt levou 27,2 segundos para percorrer a distância, enquanto a versão turbinada era 20 segundos mais rápida. Esse desempenho revela que, apesar de ser econômico, o Basalt não foi feito para quem busca dinamismo nas estradas, mas sim para o uso diário em ambientes urbanos.

Conforto e Suspensão

O conforto na condução é um dos pontos fortes do Basalt Feel MT, graças a uma suspensão calibrada para absorver bem as imperfeições das ruas brasileiras. Em vias urbanas, a suspensão independente McPherson na dianteira e o eixo de torção na traseira conseguem filtrar os impactos de buracos e irregularidades, proporcionando uma viagem sem pancadas bruscas. Essa característica é muito valorizada em um país onde as condições das vias nem sempre são ideais.

Porém, essa mesma configuração pode se tornar um ponto negativo na estrada, especialmente em ultrapassagens. A suspensão, embora confortável, pode não oferecer a rigidez necessária para manter a estabilidade em curvas e manobras mais agressivas, o que exige que o condutor esteja sempre atento à dinâmica do veículo. Em resumo, o Basalt é um carro ideal para o dia a dia, mas pode apresentar dificuldades em situações que exigem maior performance e segurança dinâmica.

Citroën Basalt 1.0 Feel MT vermelho parado na diagonal.
Foto: Divulgação/Citroën

Economia de Combustível

Um dos principais atrativos do Basalt é sua economia de combustível. Segundo dados do Inmetro, o modelo, adaptado para o Proconve L8, faz uma média de 13,2 km/l na cidade e 14,6 km/l na estrada quando abastecido com gasolina. Com etanol, os números caem para 9,3 km/l em ciclo urbano e 10,2 km/l em rodoviário. Nos testes realizados, a média na cidade foi de 10,8 km/l, enquanto na estrada, o consumo se destacou ao alcançar 16,3 km/l. Esses números, apesar de variáveis conforme o estilo de condução, comprovam que o Basalt é um dos SUVs mais econômicos do segmento, ideal para quem precisa reduzir os custos com combustível sem abrir mão de um veículo moderno e funcional.

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