O Citroën Basalt Feel MT, conhecido como o SUV cupê mais econômico do Brasil, vem desafiando expectativas com seu custo-benefício e surpreendente espaço interno, mesmo sendo compacto. Com um preço inicial em torno de R$ 91.990, este modelo promete conquistar não só quem está adquirindo seu primeiro carro, mas também famílias, locadoras e motoristas de aplicativo que buscam eficiência sem pesar no bolso. Nesta análise detalhada, exploramos todos os pontos fortes e as limitações do Basalt, revelando se ele realmente vale a pena para quem procura um SUV acessível e prático.

Uma Primeira Impressão que Desafia as Expectativas
Confesso que, à primeira vista, o Citroën Basalt Feel MT não parecia ser digno de elogios. A versão de entrada, equipada com o modesto motor 1.0 Firefly aspirado – o mesmo utilizado no Fiat Mobi – inicialmente não passou de uma escolha óbvia para quem deseja economia, mas sem grandes pretensões de desempenho esportivo. Contudo, o preço extremamente competitivo o posiciona como o utilitário mais barato do Brasil, fazendo com que ele seja uma opção tentadora para um público diversificado.
Apesar do porte compacto – com 4,34 metros de comprimento –, os impressionantes 2,64 metros de entre-eixos garantem um espaço interno surpreendente, principalmente para os passageiros traseiros. Mesmo com o design de teto baixo característico dos modelos cupê, os ocupantes de estatura elevada encontram uma área generosa para as pernas e ombros, atenuando a sensação de aperto comum em carros dessa categoria. É claro que o túnel central elevado pode ser um inconveniente para alguns, mas os assentos dianteiros e traseiros compensam essa desvantagem com um conforto inesperado.
Espaço Interno que Impressiona
Um dos grandes destaques do Basalt é seu porta-malas. Com capacidade de 490 litros, ele supera a média do segmento e oferece um amplo espaço para bagagens, compras ou equipamentos. O amplo ângulo de abertura da tampa do porta-malas facilita o carregamento, algo essencial para quem utiliza o carro para o dia a dia ou em viagens. Esse detalhe de praticidade pode ser decisivo para famílias ou para aqueles que frequentemente precisam transportar objetos maiores.
Desempenho e Dinâmica de Condução
No quesito performance, o Basalt Feel MT não é feito para os amantes da velocidade, mas se mostra adequado para o uso diário urbano. Com um motor que entrega 75 cavalos de potência e torque máximo de 10,7 kgfm a 3.250 rpm, o veículo oferece força suficiente para enfrentar o trânsito caótico das grandes cidades. Embora a aceleração de 0 a 100 km/h demore cerca de 15,2 segundos com etanol (e 16,4 segundos com gasolina), esse desempenho é aceitável para um carro cujo principal atrativo é o baixo custo.
A transmissão manual de cinco marchas apresenta um escalonamento bem definido, com uma primeira marcha curta que ajuda na agilidade nas arrancadas. Em subidas, o condutor pode sentir a necessidade de realizar reduções para manter a rotação do motor, um desafio comum nos modelos 1.0 aspirados. Outro ponto que merece atenção é a manopla da alavanca, que carece de ergonomia, prejudicando um pouco o uso do câmbio mecânico e exigindo uma adaptação por parte dos motoristas.
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Suspensão e Conforto na Cidade
O Basalt foi projetado para oferecer conforto, especialmente no trânsito urbano. A suspensão, ajustada para suavizar as irregularidades das ruas, consegue filtrar razoavelmente os impactos das buracos, proporcionando uma condução sem pancadas bruscas ou sacolejos excessivos na cabine. Essa característica é especialmente valiosa em cidades onde as condições das vias nem sempre são ideais. No entanto, na rodovia, a suspensão pode revelar suas limitações, especialmente em ultrapassagens, onde a estabilidade do veículo pode ser comprometida se o espaço lateral não for suficiente.
Consumo e Economia
Outro fator que atrai os consumidores é a economia de combustível. Utilizando gasolina, o Basalt apresenta uma média de consumo de 13,2 km/l na cidade e 14,3 km/l na estrada, o que é razoável para um modelo com essa motorização. Quando abastecido com etanol, os números caem para 9,2 km/l no ambiente urbano e 10,1 km/l em rodovias, mas ainda assim, para muitos, o custo-benefício compensa essas variações no consumo.
Interior e Acabamento
O interior do Citroën Basalt segue uma linha de acabamento que mistura praticidade com um toque de modernidade. Dominado por plásticos, o acabamento não chega a ser sofisticado, mas cumpre bem sua função dentro do perfil “popular” do veículo. O design do painel e dos comandos, ainda que simples, agrada aqueles que buscam funcionalidade acima de luxo.
O sistema de ar-condicionado é comandado por feios botões giratórios, e os vidros elétricos traseiros são centralizados no console, o que pode ser considerado um ponto negativo para quem preza por um acabamento mais refinado. A entrada USB na parte dianteira é padrão, o que significa que se você deseja utilizar conectividade USB-C, terá que recorrer às tomadas na parte traseira do veículo. A central multimídia, com uma tela de 10,2 polegadas em formato wide, é de série e oferece conectividade com Apple CarPlay e Android Auto sem fio. Contudo, o sistema pode, ocasionalmente, falhar no espelhamento, forçando o usuário a re-parear o smartphone para continuar utilizando aplicativos de navegação como o Waze.
Segurança e Equipamentos de Série
Mesmo sendo a versão mais básica do SUV cupê da Citroën, o Basalt Feel MT não economiza em itens essenciais de segurança e conveniência. O modelo vem equipado com um painel de instrumentos digital de 7 polegadas, rodas de liga leve aro 16, quatro airbags e uma câmera de ré que auxilia nas manobras. Além disso, oferece ar-condicionado, luz diurna de LED e todos os vidros elétricos, reforçando o compromisso com a segurança e o conforto dos ocupantes.
Comparativo com a Concorrência
Em termos de preço, o Citroën Basalt Feel MT se destaca por ser o SUV cupê mais barato do Brasil. Seus concorrentes mais próximos são o Renault Kardian Evolution MT, com preço em torno de R$ 106.990, e o Fiat Pulse Drive 1.3 MT, que chega a R$ 107.990. Além disso, existe uma versão superior do próprio Basalt – a Feel com motor 1.0 turbo e transmissão automática – que custa apenas cerca de R$ 8 mil a mais, oferecendo uma opção intermediária para aqueles que buscam um desempenho aprimorado sem investir muito mais.

Para aqueles que estão de olho em novidades no segmento, vale a pena mencionar que o mercado pode se tornar ainda mais competitivo nos próximos meses. O inédito Volkswagen Tera, por exemplo, também virá com uma versão 1.0 aspirada, mirando diretamente no mesmo público que o Citroën Basalt. Essa intensificação da concorrência promete melhorar ainda mais as ofertas para os consumidores, tornando a escolha entre os modelos uma questão de preferência pessoal e análise de custo-benefício.
