Muito antes de modelos como BYD Dolphin e Dolphin Mini popularizarem os carros elétricos acessíveis no Brasil, a Fiat já havia desenvolvido um veículo elétrico nacional. Em 2006, a marca lançou um protótipo do Palio Weekend Elétrico, um modelo inovador para a época, fruto da parceria entre a Fiat, a hidrelétrica Itaipu Binacional e a suíça KWO.

Um elétrico nacional que poucos conheceram
O carro Palio Weekend Elétrico nunca chegou a ser vendido ao público, mas foi utilizado por algumas empresas, como a Enel, no Rio de Janeiro. Embora fosse um veículo experimental, o modelo tinha um preço estimado de R$ 140 mil, um valor que, corrigido pelo IPCA, equivaleria hoje a cerca de R$ 380 mil.
Se esse valor já era alto para os padrões da época, o que realmente limitava a viabilidade comercial do Palio elétrico era seu desempenho. Mesmo sendo um dos primeiros projetos nacionais movidos a eletricidade, suas especificações técnicas estavam longe das exigências do mercado atual.
Um carro elétrico que acelerava como um caminhão carregado
O motor elétrico dianteiro do Palio Weekend gerava apenas 20 cv e 5,1 kgfm de torque, números bem inferiores aos de qualquer modelo elétrico moderno. O resultado era uma aceleração extremamente lenta: o carro precisava de 28 segundos para atingir 100 km/h, sendo essa também sua velocidade máxima.
Na prática, isso tornava a condução bastante limitada, especialmente em rodovias. Para comparação, o carro BYD Dolphin Mini, um dos elétricos mais acessíveis atualmente, tem 75 cv, 13,8 kgfm de torque e faz de 0 a 100 km/h em 10,9 segundos.
Interior e painel com um visual incomum

Apesar do desempenho modesto, o interior do Palio Weekend Elétrico trazia algumas características curiosas. O centro do painel possuía acabamento na cor verde, assim como um detalhe acima do porta-luvas. O painel de instrumentos era extremamente simplificado, exibindo apenas um velocímetro central.
Outro aspecto curioso era o seletor de marchas, que lembrava um câmbio manual, mas possuía apenas três posições: Drive, Ré e Park. Essa solução era bem diferente das alavancas ou botões utilizados nos carros elétricos modernos.
Tecnologia das baterias e autonomia limitada
Diferente dos elétricos atuais, que utilizam baterias de íon-lítio, o carro Palio Weekend Elétrico adotava um sistema de células de sódio-níquel-cloro, chamado ZEBRA. Embora reciclável, essa bateria proporcionava uma autonomia bastante limitada de apenas 120 km.
Por outro lado, a disposição das baterias foi bem planejada. O conjunto ficava abaixo do assoalho, evitando a perda de espaço no porta-malas — uma solução semelhante ao que vemos em veículos elétricos modernos.
Uma ideia à frente do seu tempo que nunca vingou

O Fiat Palio Weekend Elétrico foi uma iniciativa promissora, mas restrita a testes e frotas corporativas. O alto custo, o desempenho limitado e a tecnologia ainda pouco avançada impediram que ele chegasse ao mercado de consumo.
Mesmo assim, esse protótipo foi um passo importante na eletrificação no Brasil. Enquanto a Fiat experimentava soluções elétricas, o país ainda estava longe de considerar essa tecnologia uma alternativa viável. Hoje, quase duas décadas depois, o cenário mudou completamente, e modelos elétricos acessíveis como o BYD Dolphin começam a conquistar o público.
Embora tenha sido esquecido por muitos, o Palio Weekend Elétrico foi uma prova de que a eletrificação já era discutida há muito tempo — apenas esperava o momento certo para se tornar realidade.
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