A tendência dos caminhões arqueados, com a dianteira rebaixada e a traseira elevada, continua a ser um dos maiores riscos nas estradas brasileiras, apesar de ser ilegal e perigosa. Mesmo com a conscientização crescente e as leis em vigor, os motoristas persistem na prática, colocando em risco a vida deles e de outros usuários da estrada. Vamos entender melhor por que essa moda se tornou tão popular, mas ao mesmo tempo tão fatal.

O que são os caminhões arqueados?
Os caminhões arqueados são veículos modificados, com a traseira elevada e a dianteira rebaixada. Essa alteração, realizada principalmente na suspensão, parece apenas uma questão estética para muitos motoristas. No entanto, especialistas e autoridades de trânsito alertam que essas modificações são extremamente perigosas, criando sérios problemas de estabilidade e segurança nas estradas.
Uma moda que não deveria existir
O fenômeno dos caminhões arqueados começou a ganhar popularidade nas redes sociais, onde motoristas compartilham fotos e vídeos de seus veículos modificados, exibindo com orgulho a estética alterada. Surgiram até competições informais para ver quem conseguia fazer a traseira do caminhão mais alta. Mas o que parecia ser uma simples questão de aparência logo se transformou em um grande problema de segurança, causando inúmeros acidentes graves.
A Perigo Oculto
A principal razão para os caminhões arqueados representarem um risco tão grande está na alteração da suspensão e do sistema de frenagem. Com a traseira elevada, o centro de gravidade do caminhão muda, tornando-o instável e com dificuldades para frear. Isso aumenta o risco de capotamentos, derrapagens e, em alguns casos, a incapacidade de parar rapidamente, especialmente quando o caminhão está carregado.
Além disso, a parte traseira dos caminhões, quando elevada, torna o para-choque ineficaz. Em caso de colisões traseiras, carros menores podem se encaixar debaixo da carroceria, o que pode resultar em acidentes fatais, como já ocorreu em diversas ocasiões. A colisão em si não é a única ameaça; o impacto pode ser devastador devido ao encaixe do carro de passeio debaixo do caminhão.
As consequências na estrada

Entre os meses de dezembro de 2024 e janeiro de 2025, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou mais de 700 infrações relacionadas a modificações irregulares em caminhões. Apesar das constantes fiscalizações e autuações, muitos motoristas ainda persistem na prática perigosa. De acordo com o porta-voz da PRF, Alex Sander Casati, o número de infrações pode ser ainda maior, já que muitos motoristas continuam a modificar seus veículos, colocando em risco a segurança de todos.
A legislação sobre a modificação de caminhões
Em 2022, o Contran (Conselho Nacional de Trânsito) instituiu a Resolução 916/2022, que estabelece limites para modificações na suspensão de veículos. A norma permite pequenas elevações, mas proíbe mudanças mais extremas, como as observadas nos caminhões arqueados. De acordo com a lei, se um caminhão for parado e estiver com modificações ilegais, ele pode ser retido até que o problema seja corrigido. Em casos menos graves, o motorista recebe um prazo para regularizar a situação.
O impacto das redes sociais na popularização
O fenômeno dos caminhões arqueados tem muito a ver com a influência das redes sociais. A tendência ganhou força na internet, onde motoristas se sentem incentivados a modificar seus veículos para impressionar outros. A ideia de que um caminhão mais alto e com a traseira levantada é mais imponente tem levado muitos a ignorar os riscos envolvidos.
A busca por aprovação digital, somada à falta de conscientização sobre os perigos, tem alimentado esse comportamento. E o que deveria ser uma simples escolha estética, sem impacto na segurança, transformou-se em uma verdadeira ameaça nas rodovias.
Casos fatais
Em 2022, um dos acidentes mais graves envolvendo um caminhão arqueado aconteceu na BR-116, em Curitiba. O empresário Gerson Mattos estava dirigindo atrás do caminhão arqueado de seu próprio pai, Jetro Mattos, quando o veículo fez uma frenagem brusca. O impacto fez com que a cabine do carro de Gerson se encaixasse embaixo da carroceria do caminhão, matando ele e sua esposa no local. Este trágico incidente é um exemplo claro dos perigos que as modificações ilegais representam nas estradas.
O papel da fiscalização
A Polícia Rodoviária Federal tem intensificado as fiscalizações para combater as modificações ilegais, mas a conscientização dos motoristas ainda é um desafio. A PRF tem promovido campanhas educativas, em parceria com o Inmetro e o Senatran, para alertar sobre os riscos dos caminhões arqueados. O objetivo é reduzir a prática e evitar mais acidentes fatais.
De acordo com Casati, a PRF continuará com a fiscalização, realizando ações específicas para coibir a alteração ilegal dos veículos. A esperança é que, com o aumento da conscientização e das penalidades, mais motoristas deixem de modificar seus caminhões de maneira arriscada.
Por que os motoristas continuam a modificar seus caminhões?

Apesar dos riscos evidentes e das leis em vigor, muitos motoristas continuam a modificar seus caminhões. Alguns fazem isso por uma simples questão estética, enquanto outros acreditam que a mudança melhora a aparência do veículo. No entanto, não há benefícios reais para a segurança ou desempenho dos caminhões. Pelo contrário, a modificação compromete a estabilidade e a capacidade de frenagem, colocando todos na estrada em risco.
A verdade é que, por mais que a aparência dos caminhões arqueados seja atraente para alguns, os prejuízos em termos de segurança são imensuráveis. É crucial que os motoristas compreendam os reais perigos dessa prática e a necessidade de respeitar as normas de trânsito para garantir a segurança de todos.
Como mudar essa realidade?
Para combater a moda dos caminhões arqueados e reduzir os acidentes relacionados, é necessário um esforço conjunto entre autoridades, motoristas e a sociedade. A fiscalização rigorosa é importante, mas também é fundamental a conscientização dos motoristas sobre os riscos dessa prática. Com uma educação no trânsito mais eficaz, as modificações ilegais poderão ser reduzidas, e as estradas se tornarão mais seguras para todos.
Além disso, as redes sociais desempenham um papel importante na disseminação dessa prática. Campanhas nas plataformas digitais podem ser uma ferramenta poderosa para alcançar motoristas e alertá-los sobre os perigos dos caminhões arqueados, ajudando a mudar a mentalidade e a reduzir a popularidade dessa moda perigosa.
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