A chegada do novo crossover compacto da Volkswagen, batizado de Tera, mexeu com as estruturas da marca no Brasil. Com produção já iniciada em Taubaté (SP), o modelo promete se tornar peça-chave no portfólio da fabricante, o que acabou pressionando outros veículos da gama, especialmente o Polo. A confirmação veio com o lançamento da linha 2026 do hatch, que agora ficará restrito a apenas quatro versões: Robust, Track, Sense e Highline.
Com isso, versões tradicionais e queridas como MPI, TSI, Comfortline e a esportiva GTS estão oficialmente fora do catálogo. A prática de remover configurações específicas conforme a demanda não é novidade, mas algumas dessas saídas acabam deixando um vazio entre os consumidores. A seguir, listamos cinco modelos que sofreram cortes importantes em suas linhas e que, até hoje, fazem falta.
Volkswagen Polo GTS: o esportivo que deu lugar ao SUV

A versão GTS do Volkswagen Polo já era considerada a mais divertida e agressiva da linha, com visual esportivo e motor 1.4 TSI de 150 cv e 25,5 kgfm de torque. Era uma espécie de “hot hatch nacional”, capaz de entregar uma experiência dinâmica sem abrir mão da praticidade.
Com o anúncio da chegada do Tera, a marca resolveu enxugar a gama do Polo. A saída da versão GTS foi justificada pela vinda do Nivus GTS, que manterá o mesmo conjunto mecânico em um corpo de SUV cupê. A estratégia é clara: apostar nos crossovers e SUVs, um segmento que não para de crescer no Brasil. Apesar disso, os fãs do Polo GTS sentem falta de um hatch verdadeiramente esportivo que não custe uma fortuna.
Fiat Argo Drive 1.3 Manual: adeus ao câmbio que os puristas amam

O Fiat Argo também passou por reformulações com a chegada da linha 2026. Hoje, o modelo é vendido nas versões 1.0 flex, Drive 1.0, Drive 1.3 automático e Trekking 1.3 automático. Ficou de fora justamente a configuração Drive 1.3 com câmbio manual, muito apreciada por quem buscava mais controle e um bom custo-benefício.
Equipado com o motor 1.3 Firefly de 109 cv e 14,2 kgfm, esse Argo manual oferecia respostas rápidas e uma dirigibilidade mais direta, completando o 0 a 100 km/h em 10,8 segundos. Com a retirada dessa opção, a Fiat abriu mão de uma versão que agradava aos puristas e a quem queria desempenho com economia.
Chevrolet Tracker Premier 1.0: o fim do topo econômico

No caso do Chevrolet Tracker, a mudança foi mais sutil, mas impactante. A partir da linha 2024, a versão Premier — a mais completa — passou a ser oferecida exclusivamente com motor 1.2 turboflex. Com isso, o motor 1.0 três cilindros turbo, que combinava bom desempenho com excelente eficiência energética, deixou de ser oferecido no acabamento mais luxuoso.
Quem buscava um SUV compacto com itens premium, mas que não fazia questão de mais potência, ficou sem opção. E os números comprovam: o 1.0 era mais econômico, fazendo até 8 km/l com etanol na cidade contra 7,2 km/l do 1.2. Além disso, o modelo maior pesa mais no bolso e no consumo.
Renault Duster 4WD: a tração integral que desapareceu

Em 2020, a Renault encerrou a produção da versão 4×4 do Duster, que contava com motor 2.0 flex, câmbio manual de seis marchas e tração integral sob demanda. Para quem encara estradas de terra ou regiões com condições climáticas adversas, o Duster 4WD era uma solução acessível e robusta.
O problema, segundo a marca, era o custo da tração importada, que tornava o modelo pouco competitivo no acirrado segmento dos SUVs compactos. Hoje, o Duster segue à venda em versões com motor 1.6 (manual e CVT) e 1.3 turbo, mas sem o charme e a utilidade do 4×4. A perda foi sentida por quem via no Duster uma opção off-road democrática.
Honda Civic Si: o equilíbrio perfeito que deixou saudades

Talvez um dos cortes mais lamentados do mercado brasileiro tenha sido o fim do Honda Civic Si. Em meio à queda na procura por sedãs médios, o Civic nacional desapareceu, e hoje é oferecido apenas em duas versões importadas: híbrida e Type R. Ambas têm apelo, mas custam caro e são voltadas a públicos bem específicos.
O Si, por outro lado, era uma opção intermediária, com esportividade suficiente para entusiasmar, mas ainda usável no dia a dia. Com motor 1.5 turbo e câmbio manual de seis marchas, entregava prazer ao dirigir em um pacote racional. Era o sonho de muitos entusiastas que agora não têm nenhuma alternativa similar no catálogo da Honda no Brasil.
A estratégia por trás dos cortes
O que esses cinco casos têm em comum é a clara movimentação das montadoras para acompanhar as novas tendências de mercado. Os SUVs e crossovers estão, cada vez mais, substituindo hatches e sedãs. Modelos com câmbio manual e motorização mais simples vão saindo de cena para dar lugar a configurações automatizadas, tecnológicas e, muitas vezes, mais caras.
A mudança também é reflexo da busca por maior rentabilidade. Versões de entrada ou esportivas de baixo volume nem sempre justificam seus custos de produção. Por outro lado, a fidelidade dos consumidores dessas versões mostra que nem sempre a decisão agrada a todos.
Possibilidade de retorno? Difícil, mas não impossível
É verdade que alguns desses modelos ainda podem ressurgir, especialmente se houver demanda suficiente ou algum reposicionamento de marca. A Volkswagen, por exemplo, pode eventualmente trazer um Polo esportivo mais acessível. Já a Renault poderia repensar a versão 4WD do Duster caso o apelo off-road volte com força.
Mas a tendência, infelizmente para os entusiastas, é de enxugamento contínuo. O foco está nos carros com maior volume de vendas e maior margem de lucro. E isso normalmente exclui versões manuais, esportivas ou voltadas a nichos específicos.
Saudades que ficam
O desaparecimento de versões como Polo GTS, Civic Si e Duster 4WD mostra como o mercado está em transformação constante. Carros que por anos foram desejo de consumo acabam sumindo das concessionárias por questões comerciais. Para os apaixonados por carros, resta a esperança de que novas gerações ou edições especiais possam trazer de volta um pouco do que essas versões representavam.
Até lá, seguimos com saudade — e de olho no mercado de seminovos para encontrar essas raridades antes que virem itens de colecionador.
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