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Seguro barato pode sair caro: veja o que você não sabia sobre apólices automotivas!

Contratar um seguro de carro é uma decisão essencial para qualquer motorista que se preocupa com segurança e prevenção de prejuízos. Porém, a tentação de optar pela apólice mais barata pode acabar custando caro. Segundo a Proteste, entidade de defesa do consumidor, muitas apólices acessíveis escondem cláusulas que excluem situações comuns do cotidiano.

E o problema não está só no valor pago, mas no que o seguro não cobre.

Homem fazendo um gesto de segurança no carro.
Foto: Reprodução

Cláusulas de exclusão: você está realmente protegido?

É comum que o motorista descubra os limites do seu contrato só depois de sofrer um sinistro. Muitos seguros aparentemente completos, na verdade, excluem coberturas importantes — e isso está sempre nas “letras miúdas” que poucos leem.

Entre as exclusões mais comuns estão:

  • Acidentes durante tumultos, greves ou manifestações: essas situações, por envolverem risco elevado, muitas vezes são ignoradas pelas seguradoras;
  • Falhas elétricas ou mecânicas: se o carro pegar fogo por um curto-circuito interno ou travar em movimento por pane elétrica, você pode não receber indenização;
  • Danos decorrentes de uso indevido: como dirigir embriagado ou participar de rachas.

Tudo isso pode ser legalmente negado, mesmo com o seguro pago em dia.

Perfil do motorista: o fator que muda tudo

Você sabia que a maneira como você preenche seu perfil pode alterar significativamente o valor do seguro?

A Proteste destaca que o perfil do condutor tem mais peso na cotação do que o carro em si. Itens como:

  • Idade e sexo do motorista;
  • Local de residência;
  • Quantidade de pessoas que usam o veículo;
  • Quilometragem média mensal;
  • Histórico de sinistros ou multas.

Todos esses dados impactam diretamente no valor final. Se você omitir ou alterar essas informações para pagar menos, corre o risco de perder toda a cobertura.

Mentir para economizar? Risco de perder tudo

Fraude no preenchimento do perfil é motivo para perda total do direito à indenização. Se, por exemplo, o seguro for contratado no nome do pai para uso do filho (sem declarar isso), a seguradora pode recusar qualquer pagamento após um acidente.

Além disso, o novo Código Civil é direto: se o segurado intencionalmente agravar o risco, como dirigir sob efeito de álcool, perde automaticamente a cobertura, sem chance de recurso.

Coberturas: nem todo seguro cobre tudo

Antes de fechar o contrato, você precisa entender que existem diferentes tipos de cobertura, cada uma com suas limitações. As principais são:

1. Cobertura Compreensiva (ou Total)

Inclui colisões, roubos, furtos, incêndio e danos a terceiros. É a opção mais completa, mas também a mais cara. Ideal para carros novos ou de alto valor.

2. Cobertura contra Roubo e Furto

Mais básica e comum em seguros mais baratos. Não cobre colisões, o que pode ser um problema em cidades com alto índice de acidentes.

3. Cobertura de Responsabilidade Civil (RCF-V)

Foca nos danos causados a terceiros: tanto materiais quanto corporais. Não protege seu carro, mas evita ações judiciais.

4. Coberturas Adicionais

Você pode incluir serviços como:

  • Assistência 24h (guincho, troca de pneu, pane seca);
  • Carro reserva;
  • Proteção para vidros, faróis e lanternas;
  • Cobertura de equipamentos (som, rastreadores);
  • Seguro contra eventos naturais (chuvas fortes, enchentes).

O importante é saber que coberturas extras encarecem o seguro, mas também trazem tranquilidade em situações imprevisíveis.

Civic 2001 vermelho na diagonal.
Foto: Divulgação

O valor da franquia: o que muita gente ignora

A franquia é a quantia que o segurado paga do próprio bolso quando sofre um sinistro parcial. Isso vale, por exemplo, para colisões onde o conserto não resulta em perda total.

A lógica é simples:

  • Franquia alta = seguro mais barato
  • Franquia baixa = seguro mais caro

Se você escolheu a franquia mais alta para pagar menos mensalmente, precisa considerar se terá dinheiro disponível caso aconteça um acidente.

Atendimento e burocracia: pontos que você precisa investigar

Na hora de acionar o seguro, o que mais pesa não é só o que está no contrato, mas como a seguradora trata o cliente. É nesse momento que muitas pessoas percebem que contrataram uma empresa com péssimo suporte.

Você pode conferir isso com:

  • Pesquisas de reputação em sites como Reclame Aqui;
  • Grupos de discussão de motoristas nas redes sociais;
  • Avaliações de clientes em fóruns automotivos.

Transparência é tudo: leia cada cláusula

Mesmo com todas as informações no contrato, muitas pessoas não leem ou ignoram termos técnicos. Isso abre margem para frustrações. Ao assinar a apólice, você está concordando com tudo que está escrito — mesmo o que não entendeu.

Dica: tire dúvidas com o corretor antes de fechar.

O papel do corretor: muito além da venda

Um corretor de confiança pode ser seu maior aliado. Ele te ajuda a:

  • Comparar propostas de várias seguradoras;
  • Identificar quais coberturas realmente valem a pena;
  • Personalizar o seguro para seu perfil de uso;
  • Evitar pagar por coberturas que você não precisa.

Não é apenas sobre fechar negócio, mas sobre garantir proteção real.

Casos reais de frustração com o seguro

É comum ouvir relatos de motoristas que, mesmo pagando o seguro, tiveram o sinistro negado. Alguns exemplos:

  • Um carro que pegou fogo por defeito elétrico não foi indenizado;
  • Um motorista que estacionou em local alagado e teve perda total, mas não estava coberto contra fenômenos naturais;
  • Um jovem que dirigia o carro do pai, mas não constava na apólice, e ficou sem cobertura após batida.

Esses casos mostram como não entender o contrato pode resultar em prejuízos altos.

Qual é o melhor seguro para você?

Não existe uma única resposta. Depende de fatores como:

  • Quanto tempo você dirige por semana;
  • Onde você mora e estaciona;
  • Se costuma viajar com frequência;
  • Se seu carro é financiado (bancos exigem cobertura total);
  • Se você depende do carro para trabalhar.

Cada situação pede um tipo de proteção diferente.

O barato pode sair caro

Antes de se iludir com um seguro de R$ 100 mais barato, reflita: vale a pena correr o risco de não ser indenizado quando mais precisar? A economia no início pode virar dor de cabeça depois.

Peugeot 3007 é um dos carros que da mais dor de cabeça.
Foto: Divulgação

Como contratar um seguro com segurança?

  1. Faça cotações com diferentes seguradoras;
  2. Leia o contrato com atenção;
  3. Escolha um corretor confiável;
  4. Pesquise a reputação da empresa;
  5. Considere suas reais necessidades e rotinas;
  6. Nunca minta no perfil de uso do carro;
  7. Avalie a franquia e veja se consegue arcar com ela;
  8. Fique atento às coberturas adicionais — às vezes, valem muito a pena.
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