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CNH sem autoescola pode baratear habilitação em até 80%

O governo federal iniciou um processo que pode transformar a maneira como os brasileiros conquistam a Carteira Nacional de Habilitação.

Carro branco da autoescola em movimento.
Foto: Divulgação | CNH sem autoescola.

A proposta elimina a obrigatoriedade de frequentar autoescolas, o que abre espaço para um sistema mais flexível e menos oneroso. Essa mudança foi autorizada pelo presidente e seguirá para debate público.

A minuta do projeto deve ser publicada no Diário Oficial da União e, a partir disso, ficará disponível por 30 dias na plataforma Participa + Brasil.

Nesse período, qualquer cidadão poderá enviar comentários e sugestões, permitindo ajustes antes de uma análise detalhada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran).

Redução de custos

O principal atrativo do novo modelo é a possibilidade de cortar drasticamente os valores envolvidos no processo.

Hoje, tirar a CNH custa em média R$ 3.217,64, e boa parte desse valor vai para taxas e aulas em autoescolas. Com a proposta, o custo pode cair para cerca de R$ 645, uma redução de até 80%.

Essa queda no preço tem potencial para democratizar o acesso ao documento. Atualmente, quase metade da população adulta brasileira não possui habilitação, e muitos apontam o custo elevado como o principal obstáculo. Assim, a medida pode permitir que milhões de pessoas regularizem sua situação.

Categorias iniciais

O projeto começa contemplando as categorias A, que corresponde às motocicletas, e B, voltada para carros de passeio. Com isso, os dois segmentos mais populares entre os motoristas brasileiros serão priorizados.

Em etapas posteriores, há a expectativa de expandir a possibilidade para categorias C, D e E, destinadas a condutores de veículos de carga, ônibus e carretas.

A estratégia do governo é avaliar o funcionamento do sistema antes de avançar para usos mais complexos e exigentes.

Processo digital

Uma das mudanças mais marcantes está na digitalização do processo. A solicitação e o acompanhamento da CNH serão feitos diretamente pelo site da Secretaria Nacional de Trânsito ou pelo aplicativo Carteira Digital de Trânsito. Essa centralização online promete reduzir burocracias e oferecer maior controle aos candidatos.

As autoescolas não deixam de existir, mas passam a atuar de forma complementar. O ensino teórico poderá ocorrer em plataformas de ensino a distância, substituindo a exigência das 40 horas presenciais que eram obrigatórias. Isso representa um ganho em flexibilidade e acessibilidade.

Aulas práticas

A etapa prática continuará obrigatória, mas será mais flexível. O candidato poderá escolher se prefere ter aulas em autoescolas tradicionais ou com instrutores independentes credenciados pelo Detran de cada estado.

Essa abertura deve aumentar a concorrência e baratear os valores cobrados.

Outro ponto relevante é que a quantidade de aulas passa a ser definida pelo próprio aluno, de acordo com seu nível de preparo e confiança. Isso dá mais autonomia ao candidato e reduz custos desnecessários para quem já tem experiência ao volante.

Provas mantidas

Apesar da flexibilização no processo de aprendizagem, as provas continuam como requisito essencial. Tanto o exame teórico quanto o prático serão aplicados, além dos testes médicos e psicológicos, que seguem obrigatórios para garantir a segurança no trânsito.

A ideia é equilibrar a redução de custos com a preservação da qualidade na formação de motoristas.

O governo reforça que a CNH só será concedida a candidatos que comprovem estar aptos em todas as etapas exigidas.

Impacto social

Se aprovado, o projeto pode causar um grande impacto social. O acesso mais fácil e barato à habilitação deve beneficiar especialmente jovens e trabalhadores que dependem do documento para atuar em diversas áreas.

Isso pode significar maior inclusão e formalização de profissionais.

Além do aspecto econômico, a medida contribui para a mobilidade urbana, reduzindo o número de motoristas que dirigem sem habilitação.

Estima-se que milhões de brasileiros utilizam veículos sem estar devidamente autorizados, o que representa riscos e desigualdades no trânsito.

Futuro das autoescolas

As autoescolas não deixam de existir, mas terão de se adaptar. A tendência é que busquem oferecer serviços diferenciados e competitivos, aproveitando a demanda de quem ainda prefere ou precisa de acompanhamento mais próximo. A tecnologia deve ser uma aliada nesse processo.

Com o fortalecimento do ensino a distância, espera-se que os conteúdos teóricos fiquem mais acessíveis e atrativos, enquanto a liberdade para escolher instrutores práticos permite que cada candidato personalize seu aprendizado conforme suas necessidades.

Considerações finais

A proposta da CNH sem autoescola representa uma das maiores transformações já cogitadas para o trânsito brasileiro.

Ao mesmo tempo em que facilita o acesso ao documento, também busca manter critérios de avaliação rígidos, equilibrando democratização com segurança.

A participação popular na consulta pública será decisiva para moldar os próximos passos. Caberá aos cidadãos e às entidades envolvidas apresentar contribuições que tornem o projeto mais justo, funcional e alinhado às necessidades do país.

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